Elaborado pelos acadêmicos do 8º Semestre de Farmácia: Alexandre Ferreira, Andressa Dias da Silva, Caroline Martins, Nicoly Cavalin Batista
Revisão professor: Tiago Bittencourt de Oliveira.
O que é lúpus?
O lúpus eritematoso
sistêmico (LES) é uma doença inflamatória, causada por um desequilíbrio do
sistema imunológico, o responsável por defender o organismo das agressões
externas por vírus e bactérias, por exemplo. No lúpus, a defesa imunológica do
organismo se vira contra os próprios tecidos como pele, articulações, fígado,
coração, pulmão, rins e cérebro1,3.
O que significa o nome
lúpus?
“Lúpus” significa lobo em latim. Diversas são as
explicações para a origem do nome. Uma delas é a de que o nome deriva da Idade
Média, assim chamada porque as lesões na face são parecidas com dentadas e
arranhaduras feitas por lobos. Em 1895, um médico canadense caracterizou o
envolvimento dos vários tecidos do corpo no quadro da doença e adicionou a
palavra “sistêmico” ao nome1,4.
Há
predisposição para apresentar lúpus?
O LES tem prevalência
em pacientes do sexo feminino, tendo uma relação de 9 mulheres afetadas para
cada 1 homem afetado. A prevalência de idade está entre os 15 e 45 anos. No
Brasil, os casos entre brancos e negros é equivalente1,2.
Quais os sintomas?
O LES é uma doença
crônica, e os períodos de atividade da doença são intercalados por períodos
mais sintomáticos, e períodos em que o paciente apresenta pouco ou nenhum
sintoma1.
Os sintomas dependem do órgão afetado e variam
de doente para doente. Os sintomas podem ser ligeiros ou intensos, temporários
ou permanentes. O LES afeta principalmente as articulações, a pele (figura 2),
as células e os vasos sanguíneos, as membranas serosas do coração e pulmões, os
rins e o sistema nervoso2.
Os sinais e sintomas do LES incluem: febre,
manchas na pele, vermelhidão no nariz e nas maçãs do rosto, formando uma imagem
semelhante às asas de uma borboleta (figura 1), fotossensibilidade, pequenas
feridas na boca e no nariz (aftose), dor nas articulações, mal-estar,
dificuldade em respirar, palpitações, tosse seca, cefaleias, convulsões,
depressão, ansiedade, alterações nas células do sangue2.
Figura 1. Eritema malar, semelhante a borboleta. Fonte: Sociedade Brasileira de Reumatologia, 2013.
As queixas podem surgir isoladamente ou em
conjunto. As manifestações mais comuns são fadiga, febre, emagrecimento, perda
de apetite, sensibilidade fácil da pele à exposição solar (fotossensibilidade),
lesões na pele e articulações (dores/inchaço). A doença pode envolver outros
órgãos como o rim, o coração ou o sistema nervoso central (cérebro). Estes
sintomas podem ocorrer ao mesmo tempo ou de forma sequencial. Existem períodos
em que o doente não apresenta qualquer sintoma ou queixa o que podem durar semanas, meses ou anos2.
Figura 2. Lesão eritematosa do lúpus. Fonte: Sociedade Brasileira
de Reumatologia, 2013.
A pessoa com lúpus
necessita de algum cuidado especial?
Sim. Os principais são:
evitar exposição ao sol; evitar fumar, principalmente em uso do medicamento
hidroxicloroquina, pois o fumo reduz sua ação; realizar exercícios; ter uma
alimentação rica em cálcio para evitar osteoporose associada ao uso de
corticóides1,5.
O lúpus tem cura?
Não. O lúpus exige
tratamento cuidadoso, e as pessoas que realizam o tratamento adequadamente tem
condições de levar uma vida normal. Pessoas que não realizam tratamento
adequado acabam tendo sérias complicações, muitas vezes, incompatíveis com a
vida. O LES não é uma doença contagiosa, infecciosa ou maligna4.
Qual o tratamento
medicamentoso?
O
tratamento medicamentoso deve ser individualizado para cada paciente e depende
dos órgãos ou dos sistemas acometidos e sua gravidade. Independentemente do
órgão ou do sistema afetado, o uso contínuo de antimaláricos, preferencialmente
do sulfato de hidroxicloroquina, é indicado com a finalidade de reduzir a
atividade da doença e tentar poupar o uso de corticóides. Em
alguns casos pode-se associar metotrexato5.
Na
prática, em pacientes que evoluem com artrite crônica, em uma ou duas
articulações, não-responsivos a tratamento medicamentoso antes proposto, é
possível fazer infiltração intra-articular com glicocorticóides, que geralmente
apresentam boa resposta5.
Em
casos de síndromes neuropsiquiátricas relacionadas ao lúpus, o tratamento
deverá ser dirigido ao tipo de manifestação apresentada5.
Fonte: Hospital Geral de
Goiânia, 2013.
REFERÊNCIAS
1. GALINDO,
C.V.F.; VEIGA, R.K.A. Características
clínicas e diagnósticas do lúpus eritematoso sistêmico: uma revisão. Revista
Eletrônica de Farmácia. 2010; 7(4): 46-58.
2.BECK,
S.T.; SILVA, J.C.N.; SCHIMIDT, S.; FLECK, J.; SANTOS, R.S.; Taxa de probabilidade como guia de
interpretação do FAN-HEp-2 na pesquisa de autoanticorpos no lúpus eritematoso
sistêmico. J Bras Patol Med Lab. v 45, n 4, p. 275-283, 2009.
3. CARNEIRO, A.C.A. Considerações sobre Lúpus Eritematoso
Sistêmico. Universidade Estadual Paulista. Dissertação. Araçatuba: 2013.
4. NARCISO,
L. Manual informativo para o doente com
Lúpus. Sociedade Portuguesa de Reumatologia: 2014. Disponível em: https://www.spreumatologia.pt/upload/_ManualLupus_SPR.pdf.
Acesso em 21.09.2018.
5. BORBA, E.F.; BRENOL,
J.C.T.; LATORRE, L.C, et al. Consenso de
Lúpus Eritematoso Sistêmico. Rev Bras Reum. 2008; 48(4):196-207.
6. Sociedade
Brasileira de Reumatologia. Lúpus
Eritematoso Sistêmico. 2015. Disponível em: https://www.bancodasaude.com/info-saude/lupus-eritematoso-sistemico/.
Acesso em 03.10.2018.
7. Hospital Geral de Goiânia. HGG realiza ação para orientação sobre
Lúpus. 2013. Disponível em: http://www.idtech.org.br/principal.asp?edoc=conteudo&secaoid=168&subsecaoid=168&conteudoid=6705.
Acesso em 03.10.2018.
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