sábado, 10 de dezembro de 2016

Uso Indiscriminado de Metformina para emagrecer


METFORMINA

Mecanismo de Ação da Metformina:

O principal efeito anti-hiperglicemiante da metformina consiste na redução da gliconeogênese hepática. Além disso, ela diminui a absorção gastrointestinal de glicose, aumenta a sensibilidade à insulina nos tecidos muscular e adiposo, e melhora indiretamente a resposta da célula β à glicose por reduzir a glicotoxicidade e os níveis de ácidos graxos livres.

Nos tecidos periféricos, a metformina facilita o transporte de glicose por aumentar a atividade da tirosina quinase nos receptores de insulina e a translocação de transportadores de glicose para a membrana celular. Em adição, um efeito protetor nas células β tem sido demonstrado em ensaios in vitro. Em nível molecular, a metformina gera muitos dos seus efeitos a partir da ativação (exceto no hipotálamo) da proteína quinase ativada por adenosina monofosfato (AMPK).


Indicação Terapêutica:

A metformina é o fármaco de primeira escolha para tratamento de Diabetes Mellitus tipo 2, sendo o anti-hiperglicemiante oral mais amplamente prescrito, devido ao seu perfil de toxicidade favorável e eficácia clínica. O fármaco reduz os níveis de glicose principalmente diminuindo a gliconeogênese hepática, o que leva a um declínio médio nos níveis de insulina, e também promove a captação de glicose no músculo.

A metformina, cuja indicação é para o tratamento de diabetes mellitus tipo 2, age na diminuição da produção de glicose pelo fígado e aumento da absorção periférica dessa, elevando o número de receptores da insulina. Não se conhece o porquê da ação da metformina na redução de peso, mas acredita-se que a redução da resistência à insulina promove algumas mudanças no equilíbrio de energia que poderia reduzir a necessidade calórica diária do indivíduo e, consequentemente, um menor consumo de alimentos.

Reações adversas e como devemos utilizar (modo de usar corretamente, horário e demais):

Um dos efeitos adversos mais frequentes do uso da metformina é a intolerância gastrointestinal. Cita-se também o gosto metálico, anorexia, náuseas, distensão abdominal e diarreia, os quais, geralmente, tendem a se resolver com a continuação do tratamento. Uma estratégia para reduzir a ocorrência desses efeitos é a ingestão do medicamento com refeições e a elevação da dose gradual, a cada 7 dias, de acordo com os níveis glicêmicos e até se alcançar as metas terapêuticas.


Outro efeito adverso é a deficiência de vitamina B12, devido ao tratamento por longos períodos. Deve ser iniciada em doses baixas (500 mg), ao deitar, com titulação lenta de semanas para evitar os efeitos gastrointestinais. A dose máxima efetiva é de 2 g sendo a dose máxima absoluta de 3 g. Durante o tratamento prolongado deve-se monitorar as funções hepática, cardíaca e renal para evitar o perigo de lacto acidose que é maior nos doentes debilitados com alterações mais graves.

Uso Off Label dos Medicamentos:

Cada medicamento registrado no Brasil possui aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), órgão regulador vinculado ao Ministério da Saúde. Dentre suas atribuições indelegáveis estão o registro de medicamentos, visando o bem-estar físico, mental e social da sociedade brasileira, promovendo seu bem estar e saúde. Contudo, existe uma prática paralela ao uso desse medicamento. A Organização Mundial da Saúde (OMS) conceitua medicamentos off label como todas as indicações usuais que não foram descriminadas em bula ou que ainda não possuam sua indicação aprovada pela agência reguladora para o fim no qual foi destinado. O medicamento off label é aquele utilizado, sem a aprovação da ANVISA, para doenças que não as indicadas em bula.

Um fármaco popularmente utilizado off-label neste contexto é a metformina, um antidiabético oral sensibilizador para a insulina, que aumenta o uptake de glicose sem promover a secreção de insulina. Vários estudos observaram uma perda de peso modesta como efeito secundário. Contudo há estudos que mostraram que este efeito não ocorre em pacientes sem diabetes. A acarbose e o miglitol são antidiabéticos orais que também têm como efeito secundário a perda de peso. Ambos são inibidores da alfa-glicosidase do intestino delgado, reduzindo a digestão e absorção de carboidratos. Pensa-se que a perda de peso advém de um menor uptake calórico, contudo alguns estudos sugerem que estes fármacos permitem uma modulação da produção de GLP-1, aumentando a sensação de saciedade.


Acadêmicas: Bruna Peixoto, Leticia Barz, Marceli de Moura, Thaísa Podgorski e Vanuza Gerardi

6º Semestre curso de Farmácia - URI


REFERÊNCIAS:

NETO, E.M.R. et al .METFORMINA: UMA REVISÃO DA LITERATURA. Disponível em:<https://www.researchgate.net/publication/282432363Metformina_Uma_Revisao_da_Literatura>Acesso em :14 de out.2016.

PEREIRA S M.; RAU CARINA. A PRÁTICA OFF LABEL E OS RISCOS ASSOCIADOS À TERAPIAMEDICAMENTOSA SEM ORIENTAÇÃO MÉDICA. Disponível em: < <http://www.cpgls.pucgoias.edu.br/8mostra/Artigos/SAUDE%20E%20BIOLOGICAS/A%20PR%C3%81TICA%20OFF%20LABEL%20E%20OS%20RISCOS%20ASSOCIADOS%20%C3%80%20TERAPIA%20MEDICAMENTOSA%20SEM%20ORIENTA%C3%87%C3%83O%20M%C3%89DICA.pdf > Acesso em: 14 de out.2016>.

GALLEGO, M.R. Terapêutica oral da Diabetes tipo 2. RevPortClin Geral 2005; 21:575-84.

NETO, et al. Metformina: uma revisão da literatura. Revista Saúde e Pesquisa, v. 8, n. 2, p. 355-362, maio/ago. 2015 - ISSN 1983-1870 - e-ISSN 2176-9206.

PEREIRA, M. S; RAU, C.A. Prática off label e os riscos associados à terapia medicamentosa sem orientação médica. 2013. Disponível em: <http://www.cpgls.pucgoias.edu.br/8mostra/Artigos/SAUDE%20E%20BIOLOGICAS/A%20PR%C3%81TICA%20OFF%20LABEL%20E%20OS%20RISCOS%20ASSOCIADOS%20%C3%80%20TERAPIA%20MEDICAMENTOSA%20SEM%20ORIENTA%C3%87%C3%83O%20M%C3%89DICA.pdf>




sexta-feira, 9 de dezembro de 2016

DISTÚRBIOS DA PELE

Caspa

O que é Caspa?

A pele do couro cabeludo elimina normalmente por descamação as células velhas, que dão lugar a células novas. Estas são de tamanho tão minúsculo que o processo nem chega a ser percebido. No entanto, quando há uma dermatite (inflamação da pele) do couro cabeludo, a pessoa perde escamas da pele em forma de flocos brancos, aos quais se denomina caspa. Costuma-se chamar essa dermatite de dermatite seborreica. No entanto, a caspa e a dermatite seborreica não são a mesma coisa. A caspa é seca, a dermatite é úmida.

Na verdade existem dois tipos de caspa: a caspa seca, formada por minúsculas películas que empoeiram o pescoço e os ombros e a caspa gordurosa, causada por escamas embebidas em sebo, aderentes ao couro cabeludo e à raiz dos cabelos. A caspa é uma manifestação mínima da dermatite seborreica, embora possa provocar a queda de cabelos. A caspa acomete igualmente homens e mulheres e afeta tanto os cabelos oleosos quanto os secos, embora àqueles mais que a estes. 


Suas principais causas?
  • Proliferação do Pityrosporum ovale;
  • Excesso de produção das glândulas sebáceas;
  • Distúrbios hormonais ou glandulares;
  • Processos alérgicos;
  • Gravidez;
  • Instabilidade emocional (ansiedade, estresse, depressão, entre outros)

Como evitar a caspa?
  • Secar bem o cabelo e couro cabeludo antes de dormir;
  • Quem tiver acometido não usar bonés e toucas até sua cura e não emprestar para outra pessoa, assim como escovas de cabelos;
  • Prevenir queimaduras do sol.


Tratamento farmacológico da caspa?
  • Xampus para caspa - uso prático;
  • Loções, óleos difíceis de remover do couro cabeludo;
  • Orientar o paciente que o xampu é um medicamento – deve deixar agir;
  • Medicamentos como:
Coaltar: Reduz o tamanho e o crescimento das células epidérmicas, reduzindo a síntese do DNA.
Piritionato de Zinco e Sulfato de Selênio: Apresentam atividade antifúngica ou efeito citostático (reduz a renovação da pele).
Ácido Salicílico e Enxofre: Diminui o pH da pele aumentando a concentração de água, suaviza a inflamação. O enxofre ainda é fungicida. 


Tratamento não farmacológico da caspa?
  • Uso de emolientes e aderir ás medidas de prevenção citadas anteriormente.
                          
Como devemos utilizar os shampoos medicamentosos?

1. Lave as madeixas com shampoo para cabelo seco, mesmo se os fios forem oleosos;
2. Depois de enxaguar, aplique o condicionador, da altura da orelha até as pontas. Este produto vai proteger a fibra capilar do produto anticaspa;
3. Aplique o shampoo anticaspa em todo o couro cabeludo e massageie com as pontas dos dedos. Deixe a fórmula agir por três minutos. Não é recomendado lavar todo o cabelo com o shampoo anticaspa, afinal, o problema está concentrado apenas na raiz;

4. Enxague o cabelo, de preferência com água fria. O produto vai deslizar sobre o condicionador e com isso ressecar menos os fios;
5. Para finalizar a lavagem, aplique novamente o condicionador e enxágue com água em abundância.

Usar durante 7 dias, se não houver melhora procure seu médico! 


Evite contato com os olhos! Pode causar irritação!! 


Quanto tempo usar até procurar o médico?

Segundo descrito na literatura a pessoa que possui caspa deve primeiramente fazer o uso de shampoos anticaspa e observar também sua alimentação ver se não está ingerindo muita gordura e carboidratos, pois os mesmos pioram o quadro.
Após fazer o uso e a mudança dos hábitos se continuar o quadro de caspa então deve- se procurar um profissional de saúde. Não há na literatura um tempo estipulado pois esse distúrbio varia de indivíduo a indivíduo. 


Chapéu de Couro


O que é o chapéu de couro?

Crosta grossa que aparece na cabeça do recém nascido, principalmente nos primeiros dias de vida.


Como evitar o aparecimento?


          Lavando corretamente a cabeça da criança, com shampoo neutro.




Como tratar?

1- Uns minutos antes de lavar a cabeça do bebê, aplicar um óleo mineral ou algum outro óleo mineral (como óleos neutros para bebes) para amolecer as crostas. Coloque o azeite num pedacinho de algodão e vá massageando suavemente as áreas com a crosta para fazê-las despegar do couro cabeludo do bebê e melhorar a circulação desta área;
2- Se a crosta é muito grossa, aplicar o azeite pelo menos uma hora antes do banho, para que ele se penetre bem, enrolar uma toalha úmida e morna na cabeça da criança antes de aplicar o shampoo;

3- Ao lavar a cabeça do bebê com shampoo, aproveite para penteá-lo com um pente para bebê de dentes suaves, em todas as direções. Assim, você poderá remover as crostas. É importante que se enxágue bem a cabeça do bebê para retirar todo o sabão;
4- Repita este procedimento até que o bebê já não tenha crosta, umas 3 vezes durante a semana;
5- Depois de que as capas desapareçam, você pode reduzir a utilização do shampoo a 2 vezes por semana.
OBS: Se a crosta for muito grossa, com sangue e quando puxar levemente com o dedo não sair procure seu pediatra!!!


Acadêmicas: Amanda Bagatini, Caroline Medine, Daiane Bamberg e Laís Weber. 

Disciplina de Farmacoterapêutica - URI Santo Ângelo. 



REFERÊNCIAS: 

FORMARIZ, Thalita P. Et al. Dermatite seborréica: causas, diagnóstico e tratamento. Disponível em: <http://www.cff.org.br/sistemas/geral/revista/pdf/72/i06-infdermatite.pdf>. Acesso em 4 de Dez. 2016. 
LIMAS, Jaqueline R. Et al. A Argiloterapia: uma nova alternativa para tratamentos contra seborreia, dermatite seborreica e caspa. Disponível em: <http://siaibib01.univali.br/pdf/Jaqueline%20Rosa%20de%20Limas%20e%20Rosimeri%20Duarte.pdf>. Acesso em 4 Dez. 2016.
LOPEZ,  Carolina G. P. Modificações fisiológicas e patológicas mais comuns da pele na infância. Disponível em: <http://www.sbp.com.br/pdfs/painel-JJ-Fasciculo-6.pdf>. Acesso em 4 Dez. 2016.
VIERA, Threicy C. Disfunções do couro cabeludo: uma abordagem sobre a caspa e dermatite seborreica. Disponível em: < http://siaibib01.univali.br/pdf/Threicy%20Vieira%20e%20Camila%20Machado.pdf>. Acesso em 4 Dez. 2016.



GRIPE X RESFRIADO



VOCÊ SABE A DIFERENÇA??

Características
Resfriado
Gripe


Tipo de Vírus
Rinovírus na maioria das vezes, mas também pode ser causado por Adenovírus, Coronavírus, Parainfluenza, entre outros.

 Causado pela família do vírus Influenza.

Febre
Pouco comum, mas pode ocorrer nas crianças.
Muito comum, pode ultrapassar 38° em adultos e 40° em crianças.

Dor de cabeça


Raro

Muito comum

Dor no corpo

Raro, mas quando ocorre são leves


Muito comum e incômodas.

Coriza nasal


Muito comum

Pode haver ou não

Espirros


Muito comum

Pode haver ou não

Dor de garganta


Muito comum

Pode haver ou não

Fraqueza


Pouco comum
Muito comum e pode durar vários dias.

Tosse


Tosse seca, leve ou moderada
Comum, e pode haver expectoração.

Tempo de incubação


24 a 72 horas

24 a 96 horas

Duração da doença 
Na maioria dos casos, de 3 a 7 dias, mas tem casos que pode persistir por até 14 dias.
2 a 5 dias, porém o cansaço e a tosse podem persistir por semanas.

Período contagioso
Inicia-se 12 a 24 horas após o primeiro contato com o vírus, mas o pico ocorre entre 2º e 4º dias de contágio. 
Inicia-se 12 horas após o primeiro contato com o vírus, mas o pico ocorre entre o 1º e 6º dias de sintomas.

Abertura do quadro clínico


Piora gradual ao longo dos 2-3 primeiros dias.

Inicio súbito, com pico dos sintomas em poucas horas.

Complicações comuns


Otite média e sinusite

Otite média e pneumonia


Cuidados não-farmacológicos 
Ficar em repouso;
Permanecer aquecido;
Usar aspirador nasal;
Ingestão de líquidos, preferencialmente água;
Alimentação adequada e balanceada.
Ingestão de muita água;
Alimentação rica em vitaminas;
Repouso;
Permanecer aquecido (a)
Usar aspirador nasal.


Cuidados farmacológicos e tempo de tratamento
Tratamento sintomático com descongestionantes nasais, orais ou tópicos, preferencialmente soro fisiológico ou solução salina;
Antialérgicos para alívio da tosse e espirros;
Pastilhas para alívio da dor de garganta;
Nebulização, e inalação de vapores.
Tratamento de 5 a 7 dias, ou quando ocorrerem os episódios alérgicos.
Tratamento com antitérmico, antialérgico e analgésico que não necessitem de prescrição médica (MIPs);
Podem ser usados medicamentos em associação como exemplo: analgésico combinado antipirético.
Tratamento por até 7 dias, caso os sintomas persistirem, deve-se procurar um médico.








Cuidados e reações adversas


Uso de alguns descongestinantes podem causas efeitos colaterais como:
Cloreto de benzalcônio pode causar vasoconstrição;
Descongestionantes via oral e tópicos (pseudo-efedrina, nafazolina, etc) pode aumentar crise hipertensiva em pacientes que usam IMAO's;
Antialérgicos como dexclorfeniramina, prednisona, prednisolona, etc podem causar sonolência;
Pastilhas que contenham fenol não devem ser usadas frequentemente, pois podem causar irritação na faringe;
Vapores de fenol ou cânfora podem causar queimaduras, cuidado para não deixar entrar em contato com a face;
Nebulização com berotec e atrovent podem aumentar a frequência cardíaca, pessoas que tenham arritimias devem evitar o uso;
Medicamentos que suprimem a tosse como o dextrometorfano pode aumentar pressão arterial de quem utiliza IMAOs;
Paracetamol não deve ser associado a alcool, pois aumenta hepatoxicidade;
Alcool ou depressores do SNC com anti-histamínicos podem aumentar sedação;
AINES antiflamatórios e analgésicos como ibuprofeno ou naproxeno podem diminuir eficácia de anti-hipertensivos e diuréticos, pacientes hipertensos devem ter cuidado. Também podem aumentar risco de sangramento gástrico e causar toxicidade ao lítio;
Paracetamol em excesso pode causar hepatoxicidade;
Não medicar crianças com AAS, o mesmo pode causar sindrome de Reyer que tem como consequências: encefalopatia, edema, hipertensão intracraniana, náuses, vômito e pode ser fatal.


MEDICAMENTOS PODEM CAUSAR EFEITOS INDESEJADOS, EVITE A AUTOMEDICAÇÃO: INFORME-SE COM O FARMACÊUTICO OU COM O SEU MÉDICO.


FIQUE LIGADO...GRIPE NÃO É RESFRIADO!!!


Referências Bibliográficas:

ROSAS, Maria Rafaela. Gripe y Resfriado: clinica y tratamiento. Farmácia Professional. Vol 27, nº 2. Febrero 2008. Disponível em: http://www.wesapiens.org/hosted_file/AMIfv96b48aBJ6sukGNM
IoH9lmdSq9twhGe6QX8KnRxmlfLWDwMOorYlqc90DUOSdd_NbBzPRvj4pxkDutZ7VcSN7EV80zLKjRs2Ut2lte1lVu63vD2bKdCbn9pE6UUy5_hjM1EUnL4ve8zNAiI7fMzounLpHJTI0HEpeHlyXACfNcCgOR5pEk/qnbaLqWqz3SfYDZucJ8DXvCP6Rw=/Protolocolo%20actuacion%20Gripe%20y%20resfriado%20I.pdf. Acesso: 7 dez. 2016.


Acadêmicas: Bruna Vassarely, Fernanda Teichmann, Lara Immich, Janete Marques, Jéssica Acosta, Kelvin Schiefelbein e Luana Veiga.

Identificação de um fármaco


Química farmacêutica, a top 5 entre as matérias mais "temidas" pelos acadêmicos no curso de farmácia... Porém, ela nem é esse bicho malvado que todos imaginam haha E quando se trata de "por a mão na massa" nas aulas práticas todos adoram!
No início do semestre as acadêmicas do 6º semestre receberam um fármaco não identificado. E durante o semestre tiveram que realizar ensaios preliminares e testes específicos para poder "descobrir" o fármaco em questão.
Ao final as acadêmicas produziram um vídeo com as informações coletadas e revelaram o fármaco descoberto.


Assista o vídeo produzido pelas acadêmicas Ana Gabriela Scolari e Bruna Dutra,  que descobriram o fármaco Nifedipino!



E aí, gostaram?
E DALE QUÍMICA FARMACÊUTICA!

terça-feira, 6 de dezembro de 2016

PICADAS, MORDIDAS DE ARTRÓPODES, PEDICULOSES E ESCABIOSES







ARTRÓPODE: São animais do filo Arthropoda, são divididos em 5 grupos, dentre eles: Arachnida (aranhas, carrapatos, escorpiões); e Insecta (abelhas, formigas e vespas).






 






PEDICULOSE: É uma infestação de piolhos, que são insetos ectoparasitas da ordem Phthiraptera que se alimentam de sangue. Existe 3 tipos de parasitas: da cabeça, corpo e de áreas pubianas. Causam intensa coceira devido a reação das enzimas anticoagulante e anestésico que o piolho injeta no local da picada.




ESCABIOSE: É o nome técnico que se dá à sarna, uma infecção parasitária da pele que produz pápulas avermelhadas e muita coceira. É facilmente transmitida de pessoa para pessoa através do contato físico, raramente, de roupas ou de outros objetos compartilhados.

PREVENÇÃO:

  • Usar calçados e luvas nas atividades rurais e de jardinagem;
  • Não bater ou apertar com as mãos, só picam quando amedontrados;
  • Examinar calçados e roupas pessoais, de cama e de banho, antes de usá-los;
  • Manter limpas as dependências da casa, especialmente atrás de móveis, cortinas e quadros;
  • Vedar buracos em paredes, assoalhos, forros e rodapés, assim como frestas de portas, janelas e ralos;
  • Manter limpos os arredores da casa, evitando folhagens densas e gramados altos;
  • Combater insetos como baratas, que servem de alimento a aranhas e escorpiões;
  • Na escabiose e pediculose - evitar o compartilhamento de roupas, toalhas, acessórios de cabelo e outros objetos de uso pessoal, bem como evitar o contato direto com pacientes infectados.

TRATAMENTO NÃO FARMACOLÓGICO:
Pequenas mordidas e picadas com reações localizadas podem ser tratadas com medidas básicas. A área local deve ser lavada com água e sabão para remover a saliva alergênica. Em seguida uma compressa fria pode ser colocada sobre a área para aliviar a dor e inchaço. 
Para picadas dolorosas blocos de gelos podem ser aplicadas no local. Não devem ser estourar bolhas, pois estas podem ser portas para o desenvolvimento de infecções.

TRATAMENTO FARMACOLÓGICO:
Anestésicos tópicos: benzocaína, álcool benzílico, dibucaína, diclonida, lidocaína - penetram na pele para anestesiar os receptores da dor, imediatamente sob a pele;
Anti-histamínicos sedativos (como por ex., a hidroxizina, o dimetindeno,), devem ser administrados à noite, de forma a diminuir o prurido, às vezes, persistente mesmo depois do tratamento da infestação.
Concomitantemente, a utilização de anti-histamínicos não sedativos (por ex.: cetirizina, loratadina, etc.) durante o dia controlam o prurido, com menor risco de causar sonolência como efeito secundário.
Salicilatos e loções de calamina também são úteis para o prurido durante o tratamento antiparasitário.
Hidrocortisona a 1% (corticosteróide tópico), também com atividade antipruriginosa e eficaz, sendo importante no controlo da comichão posterior ao tratamento.
Anti-histaminico tópico (difenidramina) – reduz sensibilidade dos receptores da dor e coceira na pele;
Adstringente (acetato de alumínio) – reduzem a dor e inchaço;
Permetrina a 5% (creme) - recomenda-se uma aplicação única uma vez por semana. Atua nas células nervosas do parasita, retardando a polarização e causando a sua paralisia e, consequentemente, a sua morte.
Outros: benzoato de benzila, monossulfram, enxofre precipitado 5%. Quando necessário, podem-se utilizar medicamentos sistêmicos (ivermectina em dose única repetida após uma semana).

QUANDO ENCAMINHAR AO MÉDICO:
Pessoas que tem alergia a picadas de insetos devem ser levadas imediatamente ao médico, pois podem desenvolver uma grave reação alérgica chamada de anafilaxia. Esta reação pode ocorrer minutos após a picada.
Os sintomas incluem erupção cutânea, náusea, vômitos, dificuldade de respirar, estado de choque e pode causar perda de consciência ou morte. Se possível leve o inseto que causou a reação ou tente identificá-lo.
Assistência médica nem sempre é necessária para acabar com piolhos e escabiose, no entanto, se o tratamento farmacológico convencional não funcionar o dermatologista ou um infectologista deve ser procurado para indicar um tratamento mais adequado de acordo com seu status e passar orientações para acelerar o tratamento em casa.
Casos graves de escabiose, com muita descamação ou encrostação das lesões pode ser sinal de uma doença mais grave, que afete o sistema imunológico, nesses casos a assistência médica deve ser procurada imediatamente.

ACADÊMICOS: Fernanda Teichmann, Juliana Jaroszewski, Jurema Jablonski, Kelvin Schiefelbein.

REFERÊNCIAS:
BARBOSA, Júlio; PINTO, Zeneida. Pediculose no Brasil. Entomol. Vect. 10 (4): 579-586, 2003. Disponível em: <http://www.phthiraptera.info/Publications/47001.pdf>.
SOCIEDADE BRASILEIRA DE DERMATOLOGIA. Pediculose (piolho). Disponível em: <http://www.sbd.org.br/doencas/pediculose-piolho/>.
RODRIGUES, Tânia. Sarna Humana. São Paulo, 2014. Disponível em: <http://bdigital.ufp.pt/bitstream/10284/4425/1/PPG_21784.pdf>.
RODRIGUES, DA., et al. Atlas de dermatologia em povos indígenas [online]. São Paulo: Editora Unifesp, 2010. Doenças causadas por parasitas, p. 81-92. ISBN 978-85-61673-68-0. Disponível em: <http://books.scielo.org/id/23wpg/pdf/rodrigues-9788561673680-07.pdf>.