METFORMINA
Mecanismo de Ação da
Metformina:
O
principal efeito anti-hiperglicemiante da metformina consiste na
redução da gliconeogênese hepática. Além disso, ela diminui a
absorção gastrointestinal de glicose, aumenta a sensibilidade à
insulina nos tecidos muscular e adiposo, e melhora indiretamente a
resposta da célula β à glicose por reduzir a glicotoxicidade e os
níveis de ácidos graxos livres.
Nos
tecidos periféricos, a metformina facilita o transporte de glicose
por aumentar a atividade da tirosina quinase nos receptores de
insulina e a translocação de transportadores de glicose para a
membrana celular. Em adição, um efeito protetor nas células β tem
sido demonstrado em ensaios in vitro. Em nível molecular, a
metformina gera muitos dos seus efeitos a partir da ativação
(exceto no hipotálamo) da proteína quinase ativada por adenosina
monofosfato (AMPK).
Indicação
Terapêutica:
A
metformina é o fármaco de primeira escolha para tratamento de
Diabetes Mellitus tipo 2, sendo o anti-hiperglicemiante oral mais
amplamente prescrito, devido ao seu perfil de toxicidade
favorável e eficácia clínica. O fármaco reduz os níveis de
glicose principalmente diminuindo a gliconeogênese hepática, o que
leva a um declínio médio nos níveis de insulina, e também promove
a captação de glicose no músculo.
A
metformina, cuja indicação é para o tratamento de diabetes
mellitus tipo 2, age na diminuição da produção de glicose pelo
fígado e aumento da absorção periférica dessa, elevando o número
de receptores da insulina. Não se conhece o porquê da ação da
metformina na redução de peso, mas acredita-se que a redução da
resistência à insulina promove algumas mudanças no equilíbrio de
energia que poderia reduzir a necessidade calórica diária do
indivíduo e, consequentemente, um menor consumo de alimentos.
Reações
adversas e como devemos utilizar (modo de usar corretamente, horário
e demais):
Um
dos efeitos adversos mais frequentes do uso da metformina é a
intolerância gastrointestinal. Cita-se também o gosto metálico,
anorexia, náuseas, distensão abdominal e diarreia, os quais,
geralmente, tendem a se resolver com a continuação do tratamento.
Uma estratégia para reduzir a ocorrência desses efeitos é a
ingestão do medicamento com refeições e a elevação da dose
gradual, a cada 7 dias, de acordo com os níveis glicêmicos e até
se alcançar as metas terapêuticas.
Outro
efeito adverso é a deficiência de vitamina B12, devido ao
tratamento por longos períodos. Deve ser iniciada em doses baixas
(500 mg), ao deitar, com titulação lenta de semanas para evitar os
efeitos gastrointestinais. A dose máxima efetiva é de 2 g sendo a
dose máxima absoluta de 3 g. Durante o tratamento prolongado deve-se
monitorar as funções hepática, cardíaca e renal para evitar o
perigo de lacto acidose que é maior nos doentes debilitados com
alterações mais graves.
Uso
Off Label dos Medicamentos:
Cada
medicamento registrado no Brasil possui aprovação da Agência
Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), órgão regulador
vinculado ao Ministério da Saúde. Dentre suas atribuições
indelegáveis estão o registro de medicamentos, visando o bem-estar
físico, mental e social da sociedade brasileira, promovendo seu bem
estar e saúde. Contudo, existe uma prática paralela ao uso desse
medicamento. A Organização Mundial da Saúde (OMS) conceitua
medicamentos off label como todas as indicações usuais que não
foram descriminadas em bula ou que ainda não possuam sua indicação
aprovada pela agência reguladora para o fim no qual foi destinado. O
medicamento off label é aquele utilizado, sem a aprovação da
ANVISA, para doenças que não as indicadas em bula.
Um
fármaco popularmente utilizado off-label neste contexto é a
metformina, um antidiabético oral sensibilizador para a insulina,
que aumenta o uptake de glicose sem promover a secreção de
insulina. Vários estudos observaram uma perda de peso modesta como
efeito secundário. Contudo há estudos que mostraram que este efeito
não ocorre em pacientes sem diabetes. A acarbose e o miglitol são
antidiabéticos orais que também têm como efeito secundário a
perda de peso. Ambos são inibidores da alfa-glicosidase do intestino
delgado, reduzindo a digestão e absorção de carboidratos. Pensa-se
que a perda de peso advém de um menor uptake calórico, contudo
alguns estudos sugerem que estes fármacos permitem uma modulação
da produção de GLP-1, aumentando a sensação de saciedade.
Acadêmicas:
Bruna Peixoto, Leticia Barz, Marceli de Moura, Thaísa Podgorski e
Vanuza Gerardi
6º
Semestre curso de Farmácia - URI
REFERÊNCIAS:
NETO,
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